05 de março de 2021 19:16 Administrador
Pesquisa formada por universidades brasileiras, conta com a Ueap e entidades estaduais para levantar danos do novo coronavírus a comunidades pesqueiras.
Dados preliminares de um estudo que coleta dados em comunidades pesqueiras no Amapá para medir os impactos da pandemia do novo coronavírus, mostrou que 60% da categoria parou de vender peixes e que o produto tem se tornado um item de subsistência, apenas para alimentar as próprias famílias.
A informação é da Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado (Fepap) e foi incorporada ao projeto de pesquisa intitulado “Impactos da Covid-19 na Pesca Artesanal”.
O estudo aponta que entre os principais problemas encontrados pela categoria, está a dificuldade em manter a comercialização com os atravessadores, responsáveis por distribuir o pescado chegar até o mercado consumidor das cidades.
De acordo com Érica Jimenez, uma das pesquisadoras e analista de meio ambiente do Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural (Rurap), o isolamento social impactou o mercado das comunidades que não têm para quem vender o peixe.
“Muitas vezes o pescador não tem como levar o pescado até o mercado consumidor e os atravessadores estão com estoque de peixe cheio, que não estão conseguindo escoar. Portanto, não estão comprando dos pescadores. Isso impacta a renda, também impacta a segurança alimentar, já que o pescador usa o dinheiro para comprar outros alimentos”, explicou.
Projeto
O levantamento é realizado em vários estados para entender como está a realidade de pescadores nas comunidades mais isoladas do país.
A pesquisa é coordenada por professores das universidade federais do Pará (UFPA) e da Paraíba (UFPE) e teve início em março, quando também estudaram os impactos do derramamento de óleo no litoral brasileiro.
No Amapá, a pesquisa conta com o auxílio do Rurap, da Secretaria de Pesca de Oiapoque e Universidade Estadual do Amapá (Ueap). O objetivo é transformar os números em políticas públicas que possam prestar auxílio à atividade pesqueira nas comunidades.
Érica detalhou que a pesquisa é feita por telefone, via ligação ou envio de mensagem, e segue um roteiro de entrevista que considera as especificidades de cada localidade.
No Amapá, os estudos começaram em maio e o primeiro boletim saiu na quarta-feira (20). A intenção é entrevistar, ao menos, 15 pescadores.
As perguntas buscam saber o nível de conhecimento deles em relação à pandemia, se conhecem infectados e o que mudou nas atividades deles, bem como impactos na família.
De acordo com o boletim, os principais polos pesqueiros no estado são os municípios de Oiapoque e Calçoene. Quem desejar contribuir com o projeto e informar os impactos que a comunidade vem sofrendo, pode entrar em contato com uma das pesquisadoras listadas abaixo:
- Érica Jimenez: (96) 98136-5055
- Marilu Amaral: (96) 99188-0988
- Jamile Garcia: (96) 98808-3123
Fonte: G1 Amapá