05 de março de 2021 19:15 Administrador
Restrição de atividades comerciais pelo risco do coronavírus impede venda de pescado. Federação vai reunir com órgãos públicos para definir soluções.
Pescadores do Amapá não estão tendo onde vender a produção após o decreto do governo estadual que suspendeu o funcionamento das feiras. A situação gera prejuízos e afeta cerca de 6 mil profissionais, segundo a Federação dos Pescadores e Aquicultores do estado (Fepap).
A medida estadual levou à suspensão das atividades comerciais como forma de evitar aglomeração de pessoas devido à pandemia do novo coronavírus, responsável pela transmissão da Covid-19.
A dificuldade ocorre justamente após o período de defeso, encerrado em 15 de março, época em que muitos pescadores vão ao trabalho em busca de peixes para a venda durante a Semana Santa.
"A programação deles todo ano é finalizou o defeso, sair para pesca. E aí, estão chegando com o seu pescado e encontrando a dificuldade para comercialização do peixe. Mercados fechados e feiras paradas em razão do Covid-19", explicou Leidinaldo Gama, presidente da Fepap.
O coordenador de monitoramento e fiscalização da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Wellinson Maximin, explica que com o fim de período de defeso também foi encerrado o pagamento do benefício a que os pescadores têm direito.
"Durante o período de defeso o pescador tem direito ao auxílio defeso. O período defeso se encerrou no dia 15 de março, automaticamente o governo federal encerrou o pagamento desse benefício", explicou.
Uma das saídas encontradas é congelamento da mercadoria até que seja encontrada uma alternativa para comercialização do pescado. Gama afirma que já está com tratativas junto ao governo do estado para reduzir o impacto da crise no setor pesqueiro.
"Já estamos com tratativas principalmente no ordenamento da comercialização. Na Semana Santa teremos quase 100 toneladas de pescado para comercializar e a dificuldade é muita por essa questão da aglomeração de pessoas", prevê o presidente da Fepap.
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) e Agência de Pesca do Amapá (Pescap) informaram que vão se reunir na terça-feira (31) com representantes do setor e do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para tratar sobre as medidas socioeconômicas.
A Fepap ainda pretende requerer junto ao governo federal a inclusão dos pescadores no pagamento do auxílio no valor de R$ 600, destinado a autônomos. A medida é uma das formas de enfrentamento da crise econômica causada pelo novo coronavírus.
"A Confederação Nacional dos Pescadores fez uma solicitação ao Ministério da Agricultura de que os pescadores de todo o Brasil fossem atendidos. Inclusive, o MA já respondeu a confederação de que iria encaminhar o pleito ao Ministério da Cidadania", informou Gama.
Fonte: G1 Amapá